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sexta-feira, 20 de março de 2015

EMBRIAGUEZ

EMBRIAGUEZ

Embriaguez mental
Delírio informal
Minha mente embriagada delira na sensatez da lembrança
Daquele poema declamado nos seus olhos
Contemplando meus movimentos

Minha mente delira
Tomada como um homem envolvido pela uputso
Na embriaguez de um vinho português
De compra sem ganho faço-me fragues

No acabar desse talismã
Choramingo fatigado
Jubilo alegrado
Pois não vejo a hora dessa babalaza passar

Num piscar de olhos
Como um louco solto gargalhadas
Vejo gente de todo tipo
Vivendo como rios de águas vivas
Num estalar de dedos
Meus olhos para vida ficam cegos
Desanima meu gosto em tudo

Um vulcão explode dentro de mim
E como se algo me convidasse a viver os tempos remotos
Levantam se os hormônios que jaziam mortos
E vem a ku pfuka dos espíritos tortos

Ferve da medula óssea ate o sangue
E um convite
E como disse o Camões
Dor que desatina sem doer
Ai se eu pudesse na vida escolher
Vai convidando-me esse vício
Caio de joelhos
Na lembrança daquele desejo de vela nua
Suspiro embriagado
Nos seus pés
Eu...


De: Álvaro da graça

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