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segunda-feira, 9 de março de 2015

Espelho amaldiçoado

Espelho amaldiçoado

Dias e noite converso comigo ou melhor, converso com meu reflexo, afinal de contas sou eu ou meu reflexo? Sonâmbulo peço a mim ou a ele que cuide de mim ou dele, um de nós, pois não obstante meu reflexo sou eu. Olho para meus rostos, fulminante estrondosamente vozes enlouquecidas do oiço vozes "desgraçado, maldito"
fantasmas assolam meu quarto, minha cama defronte ao espelho, meus olhos choram changue, minha mão sente rugas deixadas pelo sofrer. Meus olhos vêm chifres, minha mão sente cabelo Crespo feito pela chuva e o sol que queima, queima a minha cabeça, meus olhos meu tato, eu ou meu reflexo?
     Semblante dolorido, semblante cansado. Cor morta, cor assombrada. olhos castanhos, olhos vermelhos... Mundo daqui ou do alem, eu ou ele eu. Dois pareceres uma só cara... Espelho meu espelho, meu eu enlouquecido como tu, sim tu mesmo.
     Sim, eu mesmo.
Tu e eu, eu e tu nos somos um ou diferentes,
minha alma, minha desalma.
Se eu pudesse olhar para ti. ohh espelho meu, se eu pudesse ver-me em ti ohh espelho meu, aí e se eu pudesse... Se eu pudesse (destruir-te) sim, assim acabará tudo isto. Quebro-te oh minha maldição. Cara espedaçada, onde estou? Que lugar é esse? Espelho quebrado (Maldição quebrada) la se foi meu espelho, meu eu. Espelho maldito...


Álvaro Da Graça 


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