Pode não existir o paraíso depois da morte

E
Pode não existir o paraíso depois da morte

Lembrei-me dos pobres escravos africanos
Em fileiras enchendo os navios
Não era por força nem violência, que raça seria mais forte e robusta que a negra?
Ingénuos, acreditavam numa terra prometida além do mar
Um purgatório em forma de campos e trabalho para se purificar
Depois...
Viajei a um domingo santo de Páscoa e o santo homem de Deus em sua infinita sabedoria
pregava sobre um paraíso, um céu, um lugar de paz onde nossa alma depois  da morte iria
Embalei-me nas recordações diárias, na felicidade, na alegria
Nos sorrisos que podem fazer nosso dia
Descobri que nenhum desses momentos é duradouro
Num momento você se ri da vida, noutro bate aquele tristeza
Talvez experimentes uma tranquilidade por algumas horas e depois aquela preocupação
Outrossim, pode ser que sim experimentes o prazer e noutro instante ele acaba
É difícil achar o equilíbrio
Mas, quando se dorme por um momento longo provamos a paz
Não é eterna mas é mais genuína que o prazer carnal
Nossa mente esquece/descansa, desligando-se de toda preocupação
E aí nosso sono nos embala noite dentro até que o sol...
Já pensou? Dormir é experimentar a paz
Então, dormir eternamente, digo, morrer é provar a paz
Sim, morrer é o céu
Pode não existir nada depois da morte, ela é o próprio paraíso

By: Álvaro Da Graça

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Pergunta-me

Pergunta-me

Pergunta-me se sou crente, de que religião sendo o que te interessa
Pergunta-me para saber se digo Allah, rezo a Maria, se protestante, pentecostal, ou Neo...
Pergunta-me para depois com teu medidor medir a escala da minha fé
Pergunta-me se sou daqui para medir minha salvação pelo número de vezes que vou ao culto
Pergunta-me se há línguas de fogo, brasas pousadas na minha língua, só para medir pelo sim a minha intimidade com o E. Santo
Pergunta-me não para saber de mim, mas para saber se teus pecados são mais leves em relação ao meus
Pergunta-me só para confirmar se pequei e dizer: até fulano que sobe ao púlpito pra pregar todo domingo fez
Pergunta-me porque o que os olhos viram e os ouvidos ouviram pode muito a boca confirmar
Pergunta-me, não interessando o que vou fazer, mas o que fiz para ser condenado
Pergunta-me, se meu dízimo é fiel, só quer saber se uso o "cartão" e qual é a minha apreciação sobre isso
Pergunta-me e se descobre que não sou fiel, pelo menos somos dois roubando ao que nos dá todos dias
Pergunta-me
O capitalismo espiritual, as mesquinheces, as igrejas abrindo. Pergunta-me o que acho desses profetas, pastores, direi: sim são falsos, atrapalhados mas sequer provei do meu chamado para conhecer as lutas
Pergunta-me a mim mesmo que te escrevo, também julgarei sem dó as vossas atitudes sem antes julgar as minhas
E das evidências da nossa demência espiritual
Pedimos a Deus que aniquile nossas atitudes tortas
Mas quem disse que cabe a Deus intervir na atitude dos homens?
Quiçá que você fosse Deus...

By: ÁLVARO DA GRAÇA

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O paraíso que somos

O paraíso que somos

Fazemos o paraíso, tudo que nossa mão toca é arte
As marcas de dor tornam-se alegres
As cicatrizes uma aprendizagem
As sovas da vida, estetiquizam o nosso tombo e levantar
Experiências superlatizam nosso viver
Escudos de liberdade nos protegem, mas antes,
um escudo comprava nosso nome
Porém, há quem diga que ser o paraíso
é só para Mulheres daqui

Álvaro Da Graça (7_4)
7 poemas à Mulher (perfeição)

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Miscelânea do Sul

Miscelânea do Sul

De todos pontos cardeais viemos
Das zonas costeiras, por isso a beleza do mar
Das zonas do topo, por isso a beleza das Mutianas
Do Centro que faz mover o mundo, por isso a garra
Na palma da mão escrevemos o destino dos homens
Ecumênico da terra a cor da nossa pele,
a ressonância das vestes, nosso andar é poesia
E esta poesia faz daqui o paraíso que somos

Álvaro Da Graça (7_3)
7 poemas à mulher

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Malangatamos Moçambique

Malangatamos Moçambique

Guardamos no ventre cada obra de Deus
A cada grito inspirado por dor, expressamos nossa arte em parto
A cada leite que gera o peito,
alimentamos o ser do amanhã
Somos a fonte que tudo dá
Somos a luz que a todos dá luz
Somos o limite do Oeste, a pérola do Este,
a riqueza do Norte e a miscelânea do Sul

Álvaro Da Graça (7_2)
7 poemas à mulher (perfeição)

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Transformers (Mulheres)

Transformers (Mulheres)

Há séculos éramos sem voz
A lingua entre a boca que fala, sem expressão
O corpo era deles, nossa era não era
Agora...
Os pretéritos de nossa história Josinam nossa memória
Os colapsos da nossa liberdade marcam
Os gritos à liberdade nos entregaram
A nossa revolução pintou o mundo
Com as nossas pinças Malangatamos Moçambique

Álvaro Da Graça (7.1)
7 poemas à mulher (perfeição)

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Apocalipse

Apocalipse

Entre falas e acções, nas linhas desde poema
Juntos vamos escrever o fim da nossa história...
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Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_14

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Contigo

Contigo❤

É certo que o amor me traga más recordações
E algumas dessas cicatrizes me lembrem você
É certo que jaz entre lembranças a dor
Brigas que mais parecem nossa forma de amar
Mas de tudo é certo também, que as muitas tristezas ao teu lado
Não chegam aos pés da nossa felicidade juntos

Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_13

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Platónico

Platónico
Viajarei na garoupa do querubim do tempo
A penumbra tampouco me achará
Sem pressa, esperançoso, como as águas
que sobejam todos oceanos até chegar ao mar
Como o vento que voa muitos desertos até brisar a cidade
Como o som vemente da trombeta que virá
Enfim, alegre, sei que o vento que levou, as águas que arrastaram
de volta te trarão, e eu o anjo

Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_12

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Eu te traí

Eu te traí

Era suposto simplesmente namorar
Ter dado parte de mim a ti e Vice-versa
Como um casal qualquer fazer planos
De casa(r), filhos, prometi (um dia quem sabe)
E não, eu simplesmente te traí
Te amei como Deus
Dei-me todo, entreguei-me genuinamente
E já não quero fazer só planos, mas sim casar-te, agora...

Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_11

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Luto

Luto

Luto para que eu seja o sorriso do teu rosto
E amanhã não nos trajemos de preto
Para que não partas e partas meu coração
Para que não choremos a perda, mas a alegria da reconciliação
Para que este não seja um ambíguo adeus
E esta história seja contada por Deus

Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_10

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De tudo

De tudo

Gosto do teu meigo olhar me fitando
Gosto do teu singelo abraço me perfumando
Gosto dos lábios quentes da tua boca me beijando
Gosto quando teu gosto gruda no meu paladar
Gosto do movimento da tua silhueta no teu andar
Gosto do teu gingar e do teu amor na hora de dar
Gosto de ser teu quando tu és minha

Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_9

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Génesis do amor

Génesis do amor

Antes mesmo de surgir a mãe do amor na espuma do mar
Antes mesmo que o chronos nos oferecesse o momento
Antes mesmo do ser conhecer a existência
Antes mesmo da mão de Deus moldar as constelações
Antes mesmo da imperfeição do bem, digo:
Antes mesmo do anjo cair, eu já te amava intensamente

Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_8

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3 vezes

3 vezes

Quando cantou o galo
E negaste-me o teu regalo
Levaste a alegria e deixaste lembranças
Do teu doce beijo que mais sabia a traição
Da ponta do meu desejo que percorria tua boca
Do óleo que te tornava jasmim
Do toque silencioso
De quem teria te amado se não tivesse sido negado
3 vezes
Na dúvida alimento o galo para que viva, cante
E anuncie tua chegada, caso voltes

Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_7

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KARMA

Karma

Me dói a alma (nem sei se temos)
Pelos deuses fui abandonado neste corpo
Desvalido pela Afrodite que me nega sua dádiva
"Introenfiado" clama meu ser por uma cama onde descansar
Amar, antes que parta para outra vida e viva outro amor
Assim vivemos de enlace a enlace
Ternura a ternura, em busca de uma nova terra pra viver, a mulher
Mas dava todas vidas apenas por uma ao teu lado

Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_6

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Michelle

Michelle

Talvez este seja o pior dos poemas
Talvez a mais pobre das inspirações
Talvez não tenha nem um like a declaração
Talvez, com certeza não toque o teu íntimo
Talvez não faça tuas pernas tremerem
Talvez, tudo, mesmo falando dos tecidos que formam tua pele negra
Sem esperança de ser ouvido, mas...
Talvez o futuro me reserve um dia para te amar
Então, deixa-me ser o teu Obama

Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_5

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Guebuza

Guebuza

De construtor a poeta, quero cantar o hino do nosso romance 
Deixa-me ser o engenheiro da circular que Liga suas zonas erógenas
Quero acabar com a tua pobreza absoluta, paixão transbordará
Quero governar teu corpo, libertar as zonas "autônomas"
Explorar a riqueza do teu Índico
Que este poema seja a ponte que nos une
Que seja a beleza do nosso mundo...
Da Luz que aqui te apresento, seja minha Maria

By: Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_4

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Amar!?

Amar!?

Quem disse que amar é um mar de rosas
Não conhece a ferida de uma saudade
Não chorou o medo de perder
Não perdoou uma falha
Não viveu a briga que separa
Não dormiu a noite fria
Não lhe faltou o quente abraço
Não sentiu a vazia súplica
Não teve insónia
Não tropeçou
Não amou
Não...

Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_3

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Swikwembo

Swikwembo

Batuques em ressonância
Cruzam-se tempos e tradições
Cantam sentimentos, antítese
Amor espalha ódio, ódio o amor
Mortos e vivos amigam-se os espíritos
O sentimento
Meia noite e dentro tempo de inter-amar
Mundos
Intensamente, possuem-se corpos e almas
E o amor em forma de anjos se expressa

Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_2

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Reencontro

Reencontro

Aqui há baldes de magia em chama
Os deuses são adorados, há pecado
As almas profanam o seu templo
Há amor ressuscitado, não é de homens
Os corpos são o Olimpo, há paixão
O amor pode ser proibido mas há vontade
A paixão reacende, há paixão
Alguns ventos trazem consigo
Uma história mal vivida, há reencontro
Em holocausto os gritos de prazer, há consumação

Álvaro Da Graça
14 poemas de amor 3_1

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