E
Pode não existir o paraíso depois da morte
Lembrei-me dos pobres escravos africanos
Em fileiras enchendo os navios
Não era por força nem violência, que raça seria mais forte e robusta que a negra?
Ingénuos, acreditavam numa terra prometida além do mar
Um purgatório em forma de campos e trabalho para se purificar
Depois...
Viajei a um domingo santo de Páscoa e o santo homem de Deus em sua infinita sabedoria
pregava sobre um paraíso, um céu, um lugar de paz onde nossa alma depois da morte iria
Embalei-me nas recordações diárias, na felicidade, na alegria
Nos sorrisos que podem fazer nosso dia
Descobri que nenhum desses momentos é duradouro
Num momento você se ri da vida, noutro bate aquele tristeza
Talvez experimentes uma tranquilidade por algumas horas e depois aquela preocupação
Outrossim, pode ser que sim experimentes o prazer e noutro instante ele acaba
É difícil achar o equilíbrio
Mas, quando se dorme por um momento longo provamos a paz
Não é eterna mas é mais genuína que o prazer carnal
Nossa mente esquece/descansa, desligando-se de toda preocupação
E aí nosso sono nos embala noite dentro até que o sol...
Já pensou? Dormir é experimentar a paz
Então, dormir eternamente, digo, morrer é provar a paz
Sim, morrer é o céu
Pode não existir nada depois da morte, ela é o próprio paraíso
By: Álvaro Da Graça