Não Esqueça
Penejo este poema palavriando em meu coração
E nesta mesclassidade camuflada de ovelha
Como poeta feliz escrevo-te minha tristeza
Para que não esqueças
Nunca
Que desejei-te, e me faltando tu, a morte também
No mais íntimo e doído sentimento de amor
E, se é verdade que Deus é justo em sua ira, será cobrado meu sangue nas tuas mãos
Desejo, outrossim, que em seguida te atormente o meu espírito
Até que a morte separe teu corpo e alma
Por extenso teu espírito seja por mim escravo
E não esqueças nunca...
Que este poema seja tua sombra
E a escuridão do teu dia seja eu
E não esqueças
A eternidade deste amor mal beijado
Dos escritos que sobejamente estou gravando em sua memória
E mais, algumas marcas cravadas nas costas destes versos
E do vermelho que jorra para purificar qualquer que seja o pecado
Cometido por amor e sem arrependimento
Para que nada se apague...
E nunca esqueça
Nem pelo vento que tudo leva
Nem pelas águas que tudo afundam
Nem pelo fogo que tudo queima
Nem pela terra que tudo torna pó
Nem pela morte que tudo separa, eternamente
Sem fim quero que...
Por isso te escrevo
Para que não esqueças
O eterno mal vivido romance que ao teu lado sempre sonhei viver...
De Álvaro Da Graça