(CAPÍTULO 5)
- Luana o que se passa?
E fiquei a pensar se mandava ou não a mensagem, entre o mando ou não mando. Por que não ligar? Enquanto os pensamentos fluíam peguei no celular e achei melhor fazer uma chamada se calhar ela não me bloqueou. E prontos. O barramento de chamadas já estava a surtir efeito. O assunto era mesmo grave. Fiquei a equacionar todas as possibilidades, entretanto, nada em concreto. Eu não tinha ninguém que me ligasse a Lú, tudo o que eu sabia é tudo o que teclamos. Mas, difícil ainda é pensar que nunca mais a teria. Como poderei acha-la?
Bom, se a semana não foi profética para vocês, para mim, infelizmente, ou provavelmente foi. Sofrer por ter errado e não conhecer o erro. E pra piorar perder a oportunidade de ganhar uma grande amizade. E foi assim durante os 7 dias seguintes. A mim, proféticamente a semana teria me abalado, resumiram-se meus dias em pensamentos tristes ligados a Lu, nada produtivo, nunca me vi tão pra baixo. Na semana seguinte recebi uma mensagem duma amiga:
- Então Álvaro, os casos de Corona continuam a aumentar, as profecias das quais fala TB?
- kkkkkkkkkkkkkkk, ele diz que isto é fumaça que já acabou.
- Acreditas tanto nos profetas porquê?
- Eu já tive algumas visões, e elas eram reais
- todos profetas para ti são verdadeiros?
- Não exatamente (continuei a explicar). A profecia é um mistério que a pessoa recebe em várias dimensões, Moisés quando viu era para salvar o seu povo do Egipto, Isaías viu a esperança de todo mundo, Paulo aos gentios, João viu o fim dos tempos, todos receberam de Deus mas em sua dimensão. Talvez, porque tais profetas são homens, a sua interpretação sobre suas visões falhe. Mas eu acredito, visite as prestações de quase todos profetas, moçambicanos e estrangeiros, verás que todos eles receberam a mensagem de que 2020 seria um ano assombroso.
Depois de tanto falar do assunto, entre concordância e não concordância, falamos também de algumas homenagens à mulher feitas por mim alusivo ao dia da mulher moçambicana. Entre outros comentários sobre os possíveis cenários causados pela pandemia.
Quando terminava a primeira quinzena do mês, meu irmão mais novo de 3 anos de idade invade o quarto proferindo as seguintes palavras
- Mano Vavinho, mana me deu cavalo.
Ele trazia em suas mãos um brinquedo (um pequeno cavalo). Eu não preciso nem vos dizer, como já podem imaginar aquele objecto me levou a viajar numa personagem, não me lembro de mais nada que o miúdo disse, mas sei que ele continuou ali falando, até quando eu decidi pegar no meu outro celular (para negócios), e liguei:
-Alô, quem é? ouviu-se do outro lado
-Álvaro aqui, espera, eu sei que não nos falamos faz tempo, mas não resisti, ovla isto:
Coloquei meu irmãozinho de 3 anos a contar-lhe o que ele havia ganhado, a conversa deles durou tempo suficiente para que ela sorrisse, o clima ficou leve.
- foi por isso que eu liguei, ele ganhou algo que me lembra você.
- Álvaro, tudo bem, não precisa tanto, vamos conversar.
- Desbloquea-me por favor
- Tudo bem, mas sem Perguntas
- Vou tentar
"Bem dito brinquedo" pensei alto com um sorriso de Victoria no rosto. Olhei pra meu irmãozinho e rimo-nos. As crianças sentem quando acabam de nos ajudar. E quando estamos felizes elas também ficam. É o espelho ideal da nossa alma.
- Valeu miúdo. Disse eu enquanto dava um beijo na bochecha dele
- Ubaahh (risos). Ele retribuiu cheio de amor.
A emoção fluía no ar, e a ansiedade tomava conta de mim, em fim, eu voltaria a conversar com a Lu, e naquele momento tudo poderia esperar menos isto.
Capítulo 6 (próximo)
Brevemente
Adorei isto, senti uma salada de arte, muito profundo!
ResponderEliminarVou activando o modo "Luan Santana" e manipulando a ânsia de ler o sexto capítulo 😍